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quinta-feira, 28 de abril de 2011
INFORME ANPUH
INFORME ANPUH
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INFORMATIVO ANPUH
Informativo ANPUH
terça-feira, 26 de abril de 2011
PLANOS DE AULA 2º BIMESTRE
Queridas (os) colegas professores, peço desculpas pela demora na postagem dos planos de aula, estou doente e em tratamento em Belém (atestado médico) o que me deixou impossibiltado de fazer a postagem. Provavelmente estarei de volta a SEMED no dia 02 de maio.
Agradeço a compreensão de todos,
Silvio Henrique.
Agradeço a compreensão de todos,
Silvio Henrique.
PLANO DE AULA 2°BIMESTRE 1°ANO DO 4°CICLO
PROFESSORES (AS): Jose Carlos Lira, Jucilene Dias, Sandro Vilhena, Avone Jose, Climene Lima, Pedro Augusto.
EIXO TEMÁTICO: - Revolução Burguesa, produção, consumo e contestação.
CONTÉUDOS: - Revolução Industrial, Revolução Francesa e Mineração.
OBJETIVOS: - Interpretar fatos relativos a produção e consumo a partir dos quais o processo de contestação tem inicio e conseqüência para formação política dos trabalhadores.
DURAÇÃO: - 10 Aulas.
METODOLOGIAS: - Aulas dialogadas, debates, seminários, feira de história, encenações, leitura dirigida.
MATERIAS:- Quadro, multimídia, texto de apoio e livro didático.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM: - Analisar o processo de industrialização e seus impactos na vida das sociedades.
AVALIAÇÕES:- Testes escritos, conhecimento prévio, leitura de imagem e seminários.
PLANO DE AULA 2°BIMESTRE 2°ANO DO 4°CICLO
PROFESSORES (AS): Sônia,Socorro, Maria Lúcia, Francilene e Elisama.
EIXO TEMÁTICO: - Guerra, crise e globalização.
CONTÉUDOS:- II Guerra Mundial.
OBJETIVOS: - Entender as repercussões econômicas, políticas e sociais da segunda guerra mundial no Brasil e no mundo;
-Relatar o episódio que deu início ao conflito armado e como as demais nações foram se envolvendo na guerra.
-Analisar criticamente o tratado de Versalhes e como este abre caminho para a segunda guerra mundial.
DURAÇÃO: 03 Aulas.
METODOLOGIAS:- Leitura compartilhada do livro envolvendo o grupo
-Analisar o filme referente a guerra
-Socializar o conteúdo.
- Exploração do mapa, o local onde ocorreu todo esse episódio.
-Música referente ao assunto.
-Relatos de jornais.
-Trabalho de pesquisa em revistas.
MATERIAIS: - Livro didático, música, jornais, revistas, filme e mapa.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM: - Despertar no aluno a oralidade a criatividade, interpretação e produção de textos coerentes.
AVALIAÇÃO: Debate envolvendo rodas de conversas.
PLANO DE AULA 2° BIMESTRE 2°ANO DO 3º CICLO
PROFESSORES (AS): Angela Maria, Edmara Alves, Adriana de Oliveira, Nildete Barbosa, Luciana Ramos, Rosirete Vieira e Lauro André .
EIXO TEMÁTICO: Transformações, revoltas, crescimentos e transformações
CONTÉUDOS: Renascimento, humanismo, reforma e contra reforma.
OBJETIVOS: - Compreender os aspectos econômicos, sociais, políticos e culturais que caracterizam o mundo Medieval e suas transformações na baixa Idade Média.
-Analisar as trocas entre Ocidente e Oriente e seus impactos nas transformações da sociedade européia e na identidade Ocidental.
DURAÇÃO: 10 a 12 aulas.
METODOLOGIAS: - O professor vai conduzir a aula de forma expositiva.
-Serão trabalhadas leituras de imagens, filmes e slides para facilitar o entendimento da aula em relação ao objeto de estudo.
-Durante o processo da aula o aluno e convidado a participar com perguntas e o professor fará os esclarecimentos necessários.
MATERIAIS: - Dvd, televisão, data show, textos complementares, livro didático, poesias, filmes, quadro, giz e recursos humanos.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM: - Ler, compreender e produzir textos de acordo com a proposta de conteúdo.
-Reconhecer as relações entre a sociedade, a cultura e natureza presente e o passado
AVALIAÇÕES: - Atividades objetivas, atividades subjetivas, trabalho em grupo e observação
PLANO DE AULA 2º BIMESTRE 2º ANO DO 4º CICLO
PROFESSORES (AS): Avone, Climene, Jucilene, Pedro Augusto e Sandro Vilhena.
EIXO TEMÁTICO: O século XX: Crises, Guerras e Ascensão Política do (a) trabalhador (a), Crise de 1929, Nazifacismo e 2º Guerra Mundial.
OBJETIVOS: Compreender por que o século XX constituiu um espaço político a partir do qual o (a) trabalhador consolidou sua ascensão política.
DURAÇÃO: 10 Aulas.
METODOLOGIA: - Aula Dialogada
- Debate
- Círculo de Fogo*
- Júri Simulado
MATERIAIS: Livro Didático, Filmes, quadros e imagens.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM: Compreender os sentidos das lutas sociais e políticas, as guerras e revoluções no decorrer da história
AVALIAÇÃO: Testes escritos e Oralidade.
PLANO DE AULA 2º BIMESTRE 2º ANO DO 4º CICLO
PROFESSORES (AS): Ana Paula, Ana Maria,Mariléia, FábioLuis.
CONTEÚDO: II Guerra Mundial
OBJETIVO: Entender quais as causas que motivaram a II Guerra.
DURAÇÃO: 06 Aulas.
METODOLOGIA: - Aula Expositiva;
- Exibição de vídeos/DVDs
- Aula dialogada
- Dinâmica: “Jornal Rasgado” *
MATERIAIS: DVDs/filmes, quadro/giz, cartolinas, computadores, papel a4, jornais velhos e revistas.
AVALIAÇÃO: - Atividade objetiva;
- Atividade discursiva;
- Júri Simulado (debate);
- Seminário.
PLANO DE AULA 2º BIMESTRE 1º ANO DO 4º CICLO
PROFESSORES (AS): Elisamar, Maria Lucia, Socorro, Sonia e Francilene.
EIXO TEMÁTICO: Trabalho, Consumo e Revoluções
CONTEÚDO: A Mineração do Brasil e suas mudanças na época do Ouro Portugal/Brasil.
OBJETIVOS: Caracterizar e analisar a estrutura da sociedade mineradora do século XVII e XVIII, comparando-a atual; Determinar relações de poder na sociedade colonial no séc. XVII e XVIII EM Minas Gerais.
DURAÇÃO: 03 Aulas.
METODOLOGIAS: - Leitura compartilhada do livro didático;
- Debates intergrupais;
- Mapas, Jornais, Revistas, Filmes e documentários.
MATERIAIS: Livros, revistas, giz, filmes, quadros, data-show...
OBJETIVOS DA APRENDIZAGEM: O despertar do aluno à criatividade, à oralidade, à interpretação e produçaõde textos coerentes.
AVALIAÇÃO: - Através das suas produções e tarefas desenvolvidas em sala de aula e nas pesquisas;
- A avaliação é contínua e processual
PLANO DE AULA 2º BIMESTRE 1º ANO DO 3º CICLO
EIXO TEMÁTICO: Poder, Cultura, Trabalho e Sociedade
CONTEÚDO: Mesopotâmia
OBJETIVOS: - Compreender as características das civilizações antigas, identificando as relações políticas,sociais e econômicas.
- Comparar as características de outros tempos e lugares.
- Analisar as transformações ambientais realizadas pelo homem para favorecer sua própria sobrevivência.
- Analisar as mais variadas formas políticas.
DURAÇÃO: 06 Aulas
METODOLOGIA: - Aula expositiva dialogada para perceber o conhecimento prévio do aluno sobre as antigas civilizações. A partir dessas informações, dividir a turma em grupos onde os mesmos irão pesquisar e apresentar os conhecimentos adquiridos através do trabalho em grupo.
- Elaboração de textos a partir de leitura e explanação do professor em sala de aula.
- Pesquisas em jornais, revistas de história, internet e outros.
MATERIAIS: Pincel, livros, data-show, revistas, DVD, slides, jornais e computador.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM: Compreender e identificar a importância das antigas civilizações.
AVALIAÇÃO: Diariamente a partir de atividades objetivas, trabalho em grupo, pesquisas escritas e observação do desempenho dos alunos.
PLANO DE AULA 2º BIMESTE 1º ANO DO 3º CICLO
PROFESSORES (AS): Angela Maria, Edmara Alves, Adriana de Oliveira, Nildete Barbosa, Luciano Ramos, Rosirete Vieira e Lauro Andre.
EIXO TEMÁTICO: Poder, Cultura, Trabalho e Sociedade,
OBJETIVOS: - Compreender as características das sociedades, identificando as relações sociais e econômicos, os regimes políticos, as questões ambientais, comparando-as com as características de outros tempos e lugares.
- Desenvolver uma atitude de respeito diante das diferenças e repudiar qualquer forma de intolerância e discriminação.
DURAÇÃO: 10 a 12 Aulas
METODOLOGIA: O professor vai expor o conteúdo para os alunos, trabalhando a explicação do assunto com participação dos alunos. Será trabalhado leitura realizada pelo professor/aluno. Durante o processo da aula o aluno fará a leitura compartilhada e a partir das dúvidas o professor fará os esclarecimentos necessários.
MATERIAIS: Slides, livros didáticos, textos complementares, imagens, filmes, quadro, giz e recursos humanos.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM: - Estimular a leitura de nossos alunos;
- Competência para socializar as diferenças sociais/econômicas das sociedades passadas com as contemporâneas .
-Perceber que as transformações políticas, tecnológicas e sociais, que geram no modo de vida das populações e nas relações de trabalho.
AVALIAÇÕES: Atividades objetivas , trabalho em grupo e observação (pesquisas escritas).
PLANO DE AULA 2º BIMESTRE 1º ANO DO 3º CICLO
PROFESSORES (AS): Maycom, Carla, Neivaldina, Raimundo, Lusifrança e Carla Cristina.
EIXO TEMÁTICO: Transformações, revoltas, crescimento e reforma.
CONTEÚDO: A Baixa Idade Média na Europa
OBJETIVOS: Compreender os aspectos econômicos, sociais, políticos e culturais que caracterizam o mundo medieval e suas transformações na idade média.
DURAÇÃO: 04 Aulas
METODOLOGIA: - Leitura de texto expositivo seguido de intervenção do professor, para identificar o conhecimento prévio do aluno;
- Trabalho individual;
- Trabalho em equipe.
MATERIAIS: Sala de informática, livros e revistas.
AVALIAÇÃO: Trabalhos individuais e Produção de textos.
sexta-feira, 1 de abril de 2011
CAFÉ COM HISTÓRIA
Ditaduras e Democracias na América Latina e nos Países Árabes
Maurício Santoro, doutor em Ciência Política (IUPERJ) e professor de Relações Internacionais da FGV-RJ, é o articulista convidado do Café História para falar sobre as semelhanças e diferenças entre as atuais ditaduras do mundo árabe e as ditaduras militares latino-americanas do século XX
Por Maurício Santoro*
As revoltas democráticas nos países árabes, iniciadas com a Revolução de Jasmim na Tunísia, em janeiro de 2011, são um dos mais importantes acontecimentos da política internacional contemporânea. Representam a chegada ao Oriente Médio e norte da África de uma onda de democratização como a que atravessou a Europa e a América Latina nas décadas de 1970-1980. Latino-americanos compartilham com árabes desafios sócio-econômicos, mas partem de experiências distintas com relação à natureza de seus regimes autoritários.
As Ditaduras na América Latina
Ditaduras têm sido constantes na América Latina, desde a criação dos Estados nacionais da região, a partir do início do século XIX. Vamos nos limitar aos anos posteriores à Segunda Guerra Mundial, para fazer a comparação com os países árabes que tornaram-se independentes nessa época. Nesse período, os governos não-democráticos na América Latina foram majoritários no continente e dividiram-se em três grandes categorias.
As ditaduras militares foram a forma de governo mais comum na América Latina entre as décadas de 1960-1980, intervindo países instáveis nos quais líderes populares preconizavam reformas sociais, que no contexto de polarização ideológica da época eram equiparadas ao comunismo, ou vistas como favorávei à sua ascensão. Tiveram feição burocrática-tecnocrática na Argentina e no Brasil e personalista no Chile e na América Central. Quase sempre foram ideologicamente de direita, mas no Peru, Equador e até certo ponto no Panamá houve governos militares de esquerda, com agenda de mudança social, em especial reforma agrária.
Os autoritarismos de esquerda foram implementados por revoluções em Cuba e Nicarágua, e por governos a elas simpáticos, por breves períodos, no Suriname e em Granada. O regime cubano começou como um programa de reformas sociais e nacionalistas de esquerda, que abraçou a ideologia marxista e a aliança com a União Soviética diante do confronto político e da intervenção militar dos Estados Unidos. O sandinismo nicaraguense foi uma frente ampla de forças progressistas, semelhante ao início da revolução em Cuba.
Por Maurício Santoro*
As revoltas democráticas nos países árabes, iniciadas com a Revolução de Jasmim na Tunísia, em janeiro de 2011, são um dos mais importantes acontecimentos da política internacional contemporânea. Representam a chegada ao Oriente Médio e norte da África de uma onda de democratização como a que atravessou a Europa e a América Latina nas décadas de 1970-1980. Latino-americanos compartilham com árabes desafios sócio-econômicos, mas partem de experiências distintas com relação à natureza de seus regimes autoritários.
As Ditaduras na América Latina
Ditaduras têm sido constantes na América Latina, desde a criação dos Estados nacionais da região, a partir do início do século XIX. Vamos nos limitar aos anos posteriores à Segunda Guerra Mundial, para fazer a comparação com os países árabes que tornaram-se independentes nessa época. Nesse período, os governos não-democráticos na América Latina foram majoritários no continente e dividiram-se em três grandes categorias.
As ditaduras militares foram a forma de governo mais comum na América Latina entre as décadas de 1960-1980, intervindo países instáveis nos quais líderes populares preconizavam reformas sociais, que no contexto de polarização ideológica da época eram equiparadas ao comunismo, ou vistas como favorávei à sua ascensão. Tiveram feição burocrática-tecnocrática na Argentina e no Brasil e personalista no Chile e na América Central. Quase sempre foram ideologicamente de direita, mas no Peru, Equador e até certo ponto no Panamá houve governos militares de esquerda, com agenda de mudança social, em especial reforma agrária.
Os autoritarismos de esquerda foram implementados por revoluções em Cuba e Nicarágua, e por governos a elas simpáticos, por breves períodos, no Suriname e em Granada. O regime cubano começou como um programa de reformas sociais e nacionalistas de esquerda, que abraçou a ideologia marxista e a aliança com a União Soviética diante do confronto político e da intervenção militar dos Estados Unidos. O sandinismo nicaraguense foi uma frente ampla de forças progressistas, semelhante ao início da revolução em Cuba.
Ditadores civis foram raros nesse período da América Latina. O regime do Partido Revolucionário Institucional que se seguiu à Revolução no México já foi chamado de “ditadura perfeita”, mas a caracterização não é precisa, pois embora o governo recorresse a intimidações e fraudes em momentos de crise, havia pluralismo político no país, sobretudo nas universidades e instituições culturais.
A presidência de Alberto Fujimori no Peru (1992-2000) é que se enquadra de maneira mais confortável nessa categoria e foi implementado a partir do combate às guerrilhas de extrema-esqueda (Sendero Luminoso e Tupac Amaru).
As Ditaduras nos Países Árabes
A presidência de Alberto Fujimori no Peru (1992-2000) é que se enquadra de maneira mais confortável nessa categoria e foi implementado a partir do combate às guerrilhas de extrema-esqueda (Sendero Luminoso e Tupac Amaru).
As Ditaduras nos Países Árabes
As culturas árabes têm longa e orgulhosa histórica, com impérios importantes que governaram de Bagdá, Damasco e Cairo, mas nos últimos 500 anos viveram sob controle de estrangeiros: otomanos, britânicos, franceses e italianos. O domínio colonial começou a ruir na década de 1920 e terminou após a Segunda Guerra Mundial. Os países que surgiram das antigas colônias variam entre nações com sólida identidade própria (Egito, Marrocos) a construções frágeis traçadas pelas ex-metrópoles para atender a seus aliados políticos (Jordânia, Líbano, Iraque). Os novos governos foram de caráter autoritário e oscilaram entre três grandes correntes.
As monarquias estão presentes no Marrocos, na Jordânia e nos Estados do Golfo Pérsico (Arábia Saudita, Bahrein, Kuweit). Aliadas das ex-metrópoles coloniais da Europa e dos Estados Unidos, apresentam-se como opções moderadas politicamente. Em alguns casos, lograram substanciais reformas econômicas, como no Catar, cujo soberano criou a célebre emissora Al-Jazeera, ou nos Emirados Árabes Unidos, com Dubai virando um centro internacional de negócios. O caso saudita é peculiar, pois após os choques do petróleo os recursos financeiros do Reino tornaram-se uma das principais fontes de apoio a movimentos fundamentalistas na Ásia Meridional, ao mesmo tempo que o país é o principal aliado dos Estados Unidos entre os árabes.
As ditaduras militares surgiram como rejeição a monarquias corruptas, dependentes dos aliados ocidentais, no Egito e Líbia, ou como a consequência da disputa de poder que seguiu-se à independência na Tunísia, Argélia. Vêem a si mesmas como instrumento de modernização e da realização de reformas sociais, críticas das elites de seus países, e de forte teor nacionalista, pan-árabe. Embora perseguissem os comunistas internamente, estabeleceram alianças ocasionais com a União Soviética, visando sobretudo à auxílio militar contra Israel. No Iêmen do Sul, houve uma ditadura militar comunista nas décadas de 1960-80.
Os regimes autoritários do Partido B´aath – Renascença, em árabe – foram estabelecidos na Síria e no Iraque na década de 1960, em substituição às ditaduras militares que governavam aqueles países (no caso iraquiano, após os generais deporem e assassinarem o rei). Esposam “socialismo árabe” parecido com o das ditaduras militares, mas o controle do sistema está com a elite política civil, ligada por fortes vínculos étnicos e religiosos, como os al-Tikrit no Iraque de Saddam Hussein ou a seita alauíta na Síria da família Assad. Foram os aliados mais constantes da União Soviética na região.
O Líbano e os territórios palestinos foram exceções, porque o alto grau de fragmentação religiosa do primeiro (cristãos, muçulmanos xiitas e sunitas), e de divisões políticas dos segundos (mais de uma dúzia de movimentos na OLP, o Hamas), e da presença de exércitos estrangeiros (Israel, Síria) entre ambos impediram a criação de uma coalizão estável para impor um governo autoritário. O que existe neles são alianças cambiantes, que com frequência se transformam em choques armados ou mesmo guerras civis. Propiciaram um ambiente público mais plural do que outras nações árabes, embora a vida política seja marcada pela violência.
Transições
As transições democráticas na América Latina ajudam a compreender perspectivas e limites para as mudanças nos países árabes. Democratização é contagiosa e se espalha rapidamente, mas não é total, nem irreversível. Depois da Guerra Fria, Cuba continua a ser um Estado autoritário, o Peru o foi por uma década e fraudes eleitorais em larga escala ocorrem nas disputas presidenciais no México. Houve golpes, ou tentativas, em Honduras, Equador, Paraguai e Venezuela. Grupos guerrilheiros ou paramilitares dominam parcelas expressivas da Colômbia.
Lidar com os traumas do passado, como as violações de direitos humanos, também tem se mostrado difícil. Os países da América Latina avançaram bastante em valorizar a memória das lutas contra os regimes autoritários mas condenações em grande escala dos repressores ocorreram somente na Argentina e no Chile, embora punições contra os líderes daqueles regimes tenham sido realizadas também no Peru e no Uruguai.
Contudo, as democracias da América Latina sobreviveram mesmo à turbulência econômica e foram capazes de formular políticas sociais eficazes no combate à pobreza, na universalização do ensino básico e em certos campos da saúde. Tais experiências e “saber-fazer” são contribuições importantes que a região pode compartilhar com as democracias nascentes nos países árabes.
As monarquias estão presentes no Marrocos, na Jordânia e nos Estados do Golfo Pérsico (Arábia Saudita, Bahrein, Kuweit). Aliadas das ex-metrópoles coloniais da Europa e dos Estados Unidos, apresentam-se como opções moderadas politicamente. Em alguns casos, lograram substanciais reformas econômicas, como no Catar, cujo soberano criou a célebre emissora Al-Jazeera, ou nos Emirados Árabes Unidos, com Dubai virando um centro internacional de negócios. O caso saudita é peculiar, pois após os choques do petróleo os recursos financeiros do Reino tornaram-se uma das principais fontes de apoio a movimentos fundamentalistas na Ásia Meridional, ao mesmo tempo que o país é o principal aliado dos Estados Unidos entre os árabes.
As ditaduras militares surgiram como rejeição a monarquias corruptas, dependentes dos aliados ocidentais, no Egito e Líbia, ou como a consequência da disputa de poder que seguiu-se à independência na Tunísia, Argélia. Vêem a si mesmas como instrumento de modernização e da realização de reformas sociais, críticas das elites de seus países, e de forte teor nacionalista, pan-árabe. Embora perseguissem os comunistas internamente, estabeleceram alianças ocasionais com a União Soviética, visando sobretudo à auxílio militar contra Israel. No Iêmen do Sul, houve uma ditadura militar comunista nas décadas de 1960-80.
Os regimes autoritários do Partido B´aath – Renascença, em árabe – foram estabelecidos na Síria e no Iraque na década de 1960, em substituição às ditaduras militares que governavam aqueles países (no caso iraquiano, após os generais deporem e assassinarem o rei). Esposam “socialismo árabe” parecido com o das ditaduras militares, mas o controle do sistema está com a elite política civil, ligada por fortes vínculos étnicos e religiosos, como os al-Tikrit no Iraque de Saddam Hussein ou a seita alauíta na Síria da família Assad. Foram os aliados mais constantes da União Soviética na região.
O Líbano e os territórios palestinos foram exceções, porque o alto grau de fragmentação religiosa do primeiro (cristãos, muçulmanos xiitas e sunitas), e de divisões políticas dos segundos (mais de uma dúzia de movimentos na OLP, o Hamas), e da presença de exércitos estrangeiros (Israel, Síria) entre ambos impediram a criação de uma coalizão estável para impor um governo autoritário. O que existe neles são alianças cambiantes, que com frequência se transformam em choques armados ou mesmo guerras civis. Propiciaram um ambiente público mais plural do que outras nações árabes, embora a vida política seja marcada pela violência.
Transições
As transições democráticas na América Latina ajudam a compreender perspectivas e limites para as mudanças nos países árabes. Democratização é contagiosa e se espalha rapidamente, mas não é total, nem irreversível. Depois da Guerra Fria, Cuba continua a ser um Estado autoritário, o Peru o foi por uma década e fraudes eleitorais em larga escala ocorrem nas disputas presidenciais no México. Houve golpes, ou tentativas, em Honduras, Equador, Paraguai e Venezuela. Grupos guerrilheiros ou paramilitares dominam parcelas expressivas da Colômbia.
Lidar com os traumas do passado, como as violações de direitos humanos, também tem se mostrado difícil. Os países da América Latina avançaram bastante em valorizar a memória das lutas contra os regimes autoritários mas condenações em grande escala dos repressores ocorreram somente na Argentina e no Chile, embora punições contra os líderes daqueles regimes tenham sido realizadas também no Peru e no Uruguai.
Contudo, as democracias da América Latina sobreviveram mesmo à turbulência econômica e foram capazes de formular políticas sociais eficazes no combate à pobreza, na universalização do ensino básico e em certos campos da saúde. Tais experiências e “saber-fazer” são contribuições importantes que a região pode compartilhar com as democracias nascentes nos países árabes.
*Jornalista, doutor em Ciência Política pelo IUPERJ. Professor do MBA em Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro. Autor do livro “Ditaduras Contemporâneas” (Editora da FGV, no prelo). É criador do blog “Todos os Fogos o Fogo”, que aborda temas relativos às relações internacionais, estudos sobre o desenvolvimento, políticas públicas, direitos humanos, cinema e literatura.
Acesse e confira: http://todososfogos.blogspot.com/
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