Nas ilusões que vimos, a dificuldade parece estar apenas nos nossos olhos.
Mas nem sempre é assim. Às vezes, nos deixamos influenciar pelas
expectativas que temos em relação ao que vai ser visto.
A observação não é um fato facilmente realizável. É também uma das formas
mais tradicionais para se chegar ao conhecimento.
Nela não entram apenas as imagens do que nossos olhos conseguem ver, há
uma outra parte, muito importante, constituída pelo nosso cérebro e que
depende da nossa cultura, conhecimento, expectativas etc.
Observar é uma coisa, ver ou enxergar é outra bem diferente. Quem vê teve
que aprender a ver, a interpretar o que estava sendo observado.
Quantos de nós seriam capazes de enxergar os problemas diagnosticados por
um médico, a partir de uma radiografia? Quantos “veriam” pequenos deslizes
de um músico na execução de uma sinfonia?
Esses são exemplos de como o entendimento ou a verificação percebida
pelos sentidos de um observador depende de conhecimentos que orientam os
fatos observados.
Da mesma forma podemos encontrar diferentes visões em relação a
observação de um mesmo objeto, como uma sala de aula e as diferentes
práticas desenvolvidas nela.
AJUDA NA OBSERVAÇÃO
Para um bom exercício de observar, vale a pena:
ter um caderno com algumas páginas dedicadas aos alunos.
Nele serão anotados os fatos significativos que caracterizam a forma de
aprender, de conviver dos mesmos, com as datas das observações.
dar atenção às perguntas feitas pelos alunos. Elas sempre tem um sentido
para quem pergunta.
em algumas situações onde o fazer pode dizer mais que o falar ou
escrever, é interessante se valer de outras linguagens para apresentar
questões significativas para o grupo. O desenho, as dramatizações, os
painéis são bons exemplos destas linguagens.
O REGISTRO
Uma das formas que temos para ir sempre aprendendo mais e melhor é
pensar. Mas, o pensar que ajuda a aprender não é um pensar qualquer, solto
sem uma direção e sem compromisso. É um pensar organizado, um pensar
que pergunta e vai atrás das respostas.
Dizia o grande educador brasileiro, Paulo Freire, que a gente pensa melhor
quando pensa a partir do que faz, da prática.
Mas, pensar sobre a prática sem registrá-la tem muitas limitações. O
pensamento acaba se tornando mais uma lembrança, e por ficar só na oralidade,
perde a possibilidade de ser repensado e revisto. O registro escrito
mostra o pensamento de seu autor. O próprio ato de escrever já leva o(a)
professor(a) a um certo distanciamento do seu fazer, dando-lhe um olhar mais
amplo e facilitando a escrita do seu pensamento.
Além disso, como toda escrita, o texto pode ser revisto, ter algumas das suas
idéias aprofundadas e outras corrigidas.
Tudo isso faz com que o(a) professor(a) ao registrar suas reflexões vá se
tornando autor(a) do que pensa e, em conseqüência, autor(a) do seu jeito de
fazer.
Quando isso não ocorre, ele(a) está destinado(a) a ser um(a) copista da teoria
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